Neste segundo dia de debates, jornalistas brasileiros apresentaram as principais reportagens investigativas publicadas em 2010 e a repercussão ao longo desde ano. O Brasil é o país convidado nesta edição da Colpin.
Para começar os trabalhos, Veridiana Sedeh mostrou a atuação da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e como os cursos de Reportagem com Auxílio do Computador (RAC) contribuíram em algumas dessas séries de matérias que estão concorrendo ao Prêmio Latino-Americano de Jornalismo Investigativo na noite deste sábado, aqui em Guayaquil, no Equador. (Veja aqui a apresentação)
Rubens Valente, do jornal Folha de S. Paulo, detalhou a investigação que levou à queda de Erenice Guerra ainda durante o governo Lula e na época da eleição da presidente Dilma Rousseff. Por meio de um trabalho de equipe, no qual cada repórter entrevistava diferentes tipos de fontes e juntos analisavam os documentos, o jornal procurou fazer uma investigação própria a partir de uma denúncia da revista Veja. A Folha mostrou o lobby de filhos de Erenice dentro da Casa Civil e como os encontros com o governo ocorriam em locais privados. O trabalho teve grande repercussão internacional nos princiapais jornais. (Veja a apresentação)
Na continuação, Andreza Matais, também da Folha, falou sobre o caso do ministro Antonio Palocci, segunda denúncia do jornal que também derrubou um membro importante do governo. Da mesma forma, a investigação foi feita pela equipe de jornalistas da sucursal de Brasília, com participação de Rubens Valente e outros repórteres. No caso de Palocci, a pesquisa mostrou o rápido enriquecimento do ministro, questionado inclusive pelo próprio PT. (Veja aqui a apresentação)
Leandro Colon, do jornal Estado de S. Paulo e que ganhou o segundo prêmio na Colpin de 2010, volta ao evento para mostrar a série de reportagens sobre as fraudes no orçamento federal. As reportagens mostraram como as organizações não-governamentais fantasmas contratadas pelo governo não realizavam os eventos contratados e as verbas federais foram desviadas. O esquema envolvia muitos deputados, inclusive o relator do orçamento. Colon enfatizou a metodologia do trabalho e a necessidade de pesquisar e analisar as informações públicas disponíveis, como a leitura cuidadosa do Diário Oficial da União e a dedicação quase exclusiva de repórteres para essas investigações. (Veja a apresentação)
Para o jornal Estado de Minas, o repórter Thiago Herdy investigou as notas frias usadas pelos parlamentares estaduais para ter o reembolso dos gastos, previstos pela verbas indenizatórias. Com um trabalho detalhado de Reportagem com Auxílio do Computador, Herdy e a equipe de repórteres mostraram como é possível chegar a uma denúncia analisando as próprias informações públicas que estavam disponíveis no site da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Usando os recursos do Google Maps, eles também localizaram as empresas frias no mapa. (Veja a apresentação)
A plenária seguinte também vai reunir jornalistas brasileiros. Acompanhe a cobertura por este blog e também no Twitter, pela hashtag #Colpin2011. O evento também está sendo transmitido pela internet neste site: http://www.colpin.ipys.org/
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